segunda-feira, 28 de março de 2011

Estimulação de bebês

A importância dos primeiros tempos
Por: Rosana Sambinelli Lopes, coordenadora do Colégio Nossa Senhora do Sagrado Coração - SP
As experiências iniciais da vida de nossos bebês com o mundo externo, percebida por seus sentidos – visão, audição, olfato, tato e paladar, determinam a estruturação de seu cérebro, capacitando-o a criar e modificar conexões e moldando, assim a forma como aprenderão, pensarão e se comportarão para o resto de suas vidas...
Ser amorosos, calorosos  e responsivos são  as “conexões seguras”, a base de todas as futuras relações das crianças. Não basta amarmos...é a expressão do nosso amor, o toque especialmente importante e que estimula a necessária liberação hormonal ao crescimento- a palavra, o sorriso o canto.
Ao contrário do que muitos imaginam, a estimulação dos bebês vai muito além de mordedores e chocalhos. É fundamental que, nos primeiros meses de vida, os bebês sejam estimulados com mecanismos de repetição, de imitação e da exploração sensorial. Isso se dá por meio de atividades que instigam a concentração, percepção e comunicação.
Todas estas atividades servem para a estimulação do bebê:
  • Lanterna - Usando a lanterna, pode-se explorar a coordenação visual e espacial, em que o bebê terá que acompanhar com os olhos o espaço por onde o ponto luminoso irá passar. O bebê tenta “pegar” o ponto de luz, o que possibilita também o trabalho de coordenação visual e motora.
  • Fantoche – A linguagem é o fator de maior importância nesta atividade, que possibilita uma relação extrapessoal com quem está brincando com o fantoche.
  • Cobertor – O “arrastar” sobre o cobertor possibilita o ajustamento do corpo na posição sentada, pois, quando o cobertor é puxado, o bebê contrai a musculatura necessária para manter-se em equilíbrio.
  • Bebê Rolando – Rolar é a primeira forma de deslocamento global do bebê, movimento que requer a integração da musculatura dos dois lados do corpo.
  • Andando com brinquedo – A atividade de locomoção com apoio tem como objetivo tonificar a musculatura relacionada à posição em pé. O deslocamento contribui para o equilíbrio postural.
  • Com a atividade, desenvolve-se também a noção visual e espacial, pois o bebê tem que observar para onde ele pode empurrar o brinquedo para poder deslocar-se.
  • Encaixe – As atividades de encaixe proporcionam ao bebê o desenvolvimento da coordenação visual e motora, em que ele irá experimentar a solução de problemas, pois os encaixes possuem alternativas restritas.
  • Potes – Os potes nos permitem, de forma divertida, trabalhar a noção de “dentro e fora”.
  • Empilhar – Nas atividades de empilhar trabalha-se a coordenação visual e motora e a noção espacial.
  • Chapéu – A atividade do chapéu trabalha a possibilidade de relacionar-se com o outro, além de proporcionar o conhecimento do corpo e a sua observação no espelho.
  • Túnel – O uso do túnel favorece o deslocamento engatinhando (4 apoios), o que possibilita tonificar a musculatura de braços, pernas e tronco.
  • O aspecto visual e espacial também é trabalhado nesta atividade, pois os bebês podem encontrar saídas e possibilidades de ficarem em pé dentro do túnel.
  • Partes do corpo – Trabalhar com as partes do corpo permite o auto conhecimento pelo sentido cinestésico, onde o bebê toca a parte do corpo solicitada.
  • Bolas na banheira – Trabalha-se o desenvolvimento da coordenação visual e motora, pois, para apanhar a bolinha dentro da água, o bebê necessita adequar o movimento a cada instante, uma vez que as bolas mexem-se constantemente.
  • Espelho – Vendo-se no espelho, a criança constrói seu esquema corporal, usando sua própria referência;
  • Histórias – Ler histórias possibilita trabalhar com a forma mais simples e eficiente de transmitir conhecimento.
  • Rolo – O rolo possibilita a tonificação da musculatura dos braços e da musculatura dorsal do bebê, a fim de prepará-lo para o sentar.
  • Bola Amarela – A Bola de Bobath possibilita o fortalecimento da musculatura dorsal e abdominal. Quando o bebê está sobre a bola, busca estabilidade e precisa ajustar-se a cada instante. Estes “ajustamentos” possibilitam a busca pelo equilíbrio corporal.
  • Esconde-esconde – Com o “esconde-esconde”, desenvolve-se o aprendizado de causa e efeito, pois o bebê tem que puxar o lenço para descobrir onde está o brinquedo que estava sendo usado por ele.
  • Bolha de sabão – A brincadeira possibilita a coordenação visual e motora, pois o jogo olho/mão é o ponto mais explorado nessa atividade. O bebê terá que se adaptar a cada momento para apanhar as bolhas de sabão.
  • Gelatina – Tentando pegar os cubos de gelatina o bebê experimenta sensações como consistência e temperatura.
  • Macarrão – Pegar fios de espaguete exige o movimento de pinça, tão importante nessa fase do desenvolvimento.
O bem estar dos bebês é de fundamental importância para o seu desenvolvimento físico e mental, principalmente porque aproximadamente 50% do desenvolvimento de seu cérebro ocorrem nos seis primeiros meses de vida. E que 70 a 85% desse desenvolvimento acontece nos 12 primeiros meses. A  criança é sensível ao mundo em que vive e está predisposta a senti-lo, percebê-lo e organizá-lo buscando a construção das relações consigo mesma e com as demais pessoas.
Deixo um pensamento, que nos faz refletir e pensar:
“A criança é um casulo, apenas. E não há entomologista no universo que possa dizer, pelo aspecto exterior deste casulo, as cores do inseto que palpita lá dentro”( Humberto Campos)

Rosana Sambinelli Lopes é coordenadora do Colégio Nossa Senhora do Sagrado Coração - SP
 PALHAÇO DOS SENTIDOS

Criei este palhaço com o desejo de estimular os bebês, fazendo com que esses produzam sons, toquem as mais variadas texturas, observem as diversas cores existentes, possam empilhar objetos, encaixar, etc.
Usei os seguintes materiais: latas, escumadeira e concha, baldes, tintas, lixa, feltro, tampas, o cabelo é feito com garrafa de amaciante cortada, os olhos com tampa de amaciante, o nariz com tampa de óleo de banho, faça o seu! Bom trabalho, Luciana.

Caixa de surpresas

Nas salas de educação infantil, a caixa surpresa é um excelente recurso didático para o professor, uma vez que aguça a curiosidade das crianças e estas ficam bem envolvidas no momento da atividade.
O professor pode utilizá-la de forma individual ou coletiva, dependendo do que quiser estimular ou mesmo avaliar no aluno.
Como forma individual, a caixa pode servir para trabalhar as sensações, ligadas ao tato e ao seu órgão do sentido. Nesse momento, o professor poderá utilizar retalhos de papéis, plásticos, tecidos, isopores, borrachas, lixas, dentre vários outros, onde irá formulando pequenas perguntas para as crianças, questionando se o objeto é liso ou áspero, grosso ou fino, mole ou duro, etc.
Em outro momento, o professor pode esconder um objeto dentro da caixa, a fim de que as crianças, de forma coletiva, descubram qual é esse elemento. Para isso, o professor deverá dar pistas aos alunos, que caracterizem e que levem ao raciocínio lógico, auxiliando o desenvolvimento dessa forma de pensar.


Se colocar uma banana, por exemplo, o professor deve dizer que é uma fruta, tem a casca amarela, é branca, macia, doce, comprida, até que alguém identifique a mesma.
É interessante também que as crianças tenham a oportunidade de levar a caixa para casa, onde os pais deverão ser preparados para isso, com antecedência, recebendo a orientação do que pode ou não ir dentro da mesma. É bom destacar que os doces podem causar problemas, pois sempre tem crianças que não podem consumi-los, causando constrangimentos e maiores problemas.
No momento da discussão com a turma, do que está dentro da caixa, as crianças ficam soltas, muito envolvidas e alegres com a atividade, momento em que o professor deve utilizar para estimular bem a linguagem oral dos pequenos.
Um outro aspecto que pode ser cogitado no momento da caixa surpresa é que essa também serve para trabalhar aspectos emocionais. Nesse momento, o professor deve ser criativo e perceptivo em relação aos sentimentos dos alunos, propondo que, ao invés de tirar o objeto da caixa, que esta sirva para guardar os sentimentos ruins, como a agressividade – caso algum aluno brigue, a tristeza – caso perceba esse sentimento em alguma criança, a agitação – se alguém não consegue ficar quieto, etc., conseguindo assim, controlar o grupo para que não se disperse da atividade.
O bom é que um objeto tão simples pode proporcionar vários momentos agradáveis, de grande produção para os alunos e professores, servindo de instrumento para o aprendizado de todos.
Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola

Abaixo, seguem as fotos da caixa que fizemos, trabalhamos objeto por objeto com bebês até 1 ano e eles gostaram bastante, exploraram de todas as formas possíveis, foi muito divertido.